domingo, 31 de janeiro de 2010

"As Fronteiras do Desejo", de Terry Rodgers

«Não estamos no reino da lógica, mas do desejo, e não posso negar que o desejo é um estado sério e respeitável. Se assim não fosse, como justificaríamos grande parte da nossa vida?»
in, "Netherland", de Joseph  O'Neill

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Presente



"Nighthawks" - Edward Hopper


«Como uma porta velha, qualquer homem que tenha passado uma certa idade traz deformações e fendas de um tipo ou de outro, e uma mulher que tencione dar-lhe um uso sério deve estar disposta a algum trabalho de carpintaria. Mas é claro que nem todas as mulheres estão interessadas num tal projecto de restauro, como nem todos os homens têm um único interesse em mente. [...] Nunca fui grande artista do engate, o que se tornou claro aquando de alguns encontros desastrosos aos vinte e poucos anos, e a ideia alternativa de um romance eufórico não só me deixava exausto como, na verdade, se me afigurava impossível. [...] Já não era vulnerável ao fenomenal impulso da curiosidade. Já não tinha nada de novo a dizer sobre mim ao ouvido de outra pessoa nem o mínimo interesse em receber informação acerca da trajectória supostamente única de Danielle [...].»
in, "Netherland", de Joseph O'Neill

Passado


"Naked man on a bed", de Lucian Freud


«E acontecera, mais uma vez, uma daquelas conversas planeadas que rapidamente  perdem o rumo, que nos deixam apenas com raiva, uma raiva elucidativa, neste caso, em que tudo me regressou à memória sob uma luz crua: o arrefecer do nosso casamento, os dois anos em Nova Iorque em que ela me negara os beijos na boca, em que mos negara silenciosa e sistematicamente e sem queixas, desviando até os seus olhos, quando os meus os procuravam emocionados, [...] impedindo-me de me aproximar, impedindo-me de encontrar falhas ou sentimentos, esperando que eu perdesse a coragem, que abandonasse as minhas vontades e as minhas expectativas mais humanas, que carregasse os meus fardos em segredo, e nunca, no meu tempo de luto, ela se referira à minha mãe, nem mesmo quando comecei a chorar na cozinha e deixei cair uma garrafa de cerveja ao chão, tal era a minha tristeza. Rachel limitara-se a limpar o chão com guardanapos, sem dizer uma palavra, e depois passara-me a mão livre pelo ombro - pelo ombro! -, [...] nem um abraço, e não por falta de compaixão, mas porque receava que lhe pedisse outros gestos de carinho, um pedido que a obrigaria a reconhecer uma repulsa mais íntima, repulsa pelo seu marido ou por si própria ou por ambos.»
in, "Netherland" de Joseph O'Neill

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A Confraria volta a reunir













Dia 22 de Janeiro de 2010, a Confraria dos Comensais do Laranjeiro volta a reunir. Desta vez no Marrocos Ocean Club, na Costa de Caparica. Notícias em breve.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tu.





















Asas servem para voar,
Para sonhar, ou para planar
Visitar, espreitar, espiar,
Mil casas do ar.

As asas não se vão cortar;
Asas são para combater,
Num lugar infinito no vacuo,
Para respirar o ar.

As asas são
Para proteger, te pintar
Não te esquecer,
Visitar-te, olhar-te, espreitar-te
Bem alto do ar.

E só quando quiseres pousar
Da paixão que te roer,
É um amor que vês nascer
Sem prazo, idade de acabar.
Não há leis para te prender
Aconteça o que acontecer.

in, Asas, de GNR

Guggenheim Hermitage em Vilnius, Lithuania, de Zaha Hadid


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Invictus, de William Ernest Henley
















Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

Objectos Para Os Pés, de Iris Schiefferstein


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Sexo e a Morte, dedicado a S.L.



"Por muito que saibamos, por muito que pensemos, por muito que maquinemos, compactuemos e planeemos, não somos superiores ao sexo. É um jogo muito arriscado. Um homem não teria dois terços dos problemas que tem se não se aventurasse a ser fodido. É o sexo que traz a desordem às nossas vidas normalmente ordenadas.[...]
[...] Há que fazer uma distinção entre morrer e a morte. Nem tudo é morrer ininterruptamente. Se somos saudáveis e nos sentimos bem, vamos morrendo invisivelmente. O fim, que é uma certeza, não tem de ser arrojadamente anunciado.[...]"

in, "O Animal Moribundo" de Philip Roth